sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Território Incerto

Ir para a Guerra


Encontramo-nos na Palestina, território onde se vivem momentos dramáticos devido ao conflito em Gaza. Corajosamente, decidimos vir contra todas as preocupações familiares que nos preencheram a semana passada.

Viemos agitadas, no entanto, estávamos receosas que pudesse cair sobre nós uma chuva de rockets perdidos e sem aviso prévio. Sabíamos, através dos meios de comunicação nacionais e internacionais, que em Gaza morriam todos os dias mulheres e crianças, mas sabíamos também que em território israelita se vivia uma relativa segurança.

Os palestinianos eram, de facto, as vitimas do conflito e o movimento do Hamas, o carrasco de Israel. De um lado, um povo desenraizado e fraco, do outro lado, uma estratégia defensiva e ao mesmo tempo atacante bastante meticulosa.

À nossa espera estão dez dias em contacto com jovens de várias partes do mundo, incluindo palestinianos, que tal como nós vieram na esperança de poder partilhar, aprender e sonhar.

Em uníssono e conscientemente acordámos durante o voo que íamos manter a objectividade e isenção que seria necessária para uma análise coerente da situação que se vive neste bocado de terra do tão complicado Médio Oriente.

Chegámos de madrugada a Belém, percebemos que aqui não corríamos perigo e que apesar dos dias difíceis que se vivem, a cidade onde nasceu Jesus mantém a calma e a dimensão religiosa que a caracteriza.
Estamos longe do conflito ainda assim em 40% do nosso pensamento o medo está presente, em 20% o bichinho da aventura e os outros 40% guardam toda a expectativa dos dias seguintes.

Finalmente chegámos, a confusão começa. Esquecemos o que lemos durante todo o voo, lidamos agora com emoções reais e vividas por protagonistas duma história triste.
Sara Pereira da Silva

3 comentários:

  1. Sara e colegas,espero que essa viagem, mais do que consciencializar-vos para a verdadeira dimensão da tragédia, sirva para lançar algumas sementes de tolerância, desarmar os preconceitos existentes em ambos os lados e estabelecer pontes onde nunca se imaginou ser possível encontrá-las. Deixai a mensagem que a paz e o entendimento, é o único meio de cada um se sentir mais seguro, e de respirar um pouco de liberdade.
    Sei que tudo vai correr bem convosco.
    Beijos da madrinha Paula Martins

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  2. QUERIDA SARA FOI COM TERNURA QUE LI AS SUAS EXPECTATIVAS E MEDOS. DESEJO QUE TUDO CORRA MUITO BEM, FAÇA MUITOS AMIGOS PARA A VIDA E VOLTE MAIS ENRIQUECIDA. UM BEIJO MUITO GRANDE DA C.W.

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  3. Sara, sem palavras...
    Uma experiência para vida!

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