domingo, 11 de janeiro de 2009

Check-points

O pesadelo dos palestinianos


Lucy mora em Belém, estuda Direitos Humanos e Democracia na Universidade de Birzeit. As aulas começam às duas da tarde mas Lucy levanta-se às nove da manhã. Entre Belém e BirZeit está o check-point “Contaner”, um dos piores controlos israelitas.

“Eles fazem-te parar. Vêm o teu passaporte e fazem-te esperar o tempo que quiserem. Abrem o check-point quando querem e fecham quando lhes apetece. Fazem este controlo onde querem, quando querem. Por razões de segurança – é o que dizem”, contou-nos Lucy Talgieh

Os check-points são postos de controlo normalmente colocados na entrada das cidades ou em estradas importantes.

Quantos existem?
Cerca de 600 só na Cisjordânia.

Quem controla?
Soldados israelitas, normalmente jovens. Aos dezoito anos, seja homem, seja mulher, tem de cumprir serviço militar, durante dois anos. Só as jovens mulheres casadas são dispensadas. “São jovens demais para estarem aqui (nos check-points). A melhor altura para passar é no verão, quando os judeus reformados fazem os 20 dias obrigatórios de serviço anual”, continua Lucy.

Tipos de Check-points.

Check-points regulares:

De pessoas -
Um corredor gradeado, uma primeira cabine (para mostrar passaportes), mais uns metros a frente, outra cabine (detector de metais) última paragem, outra cabine, (confirmar vistos e passaportes).

De viaturas - Uma torre de controlo, duas cabines e alguns soldados israelitas armados. Pararam o autocarro em que seguiamos. Entraram, disseram ao guia palestiniano para sair do autocarro, e com as metrelhadoras a punho, pediram passaportes, deixaram-nos à espera e depois mandaram-nos seguir. "Já cheguei a estar três horas à espera que lhes apetecesse mandar-nos seguir", comenta o nosso guia, Usama.

Check-points voadores (flying check-points):
Postos de controlo móveis. Param onde quiserem, nos centros das cidades, nas estradas, dependentemente da situação política.

Nesta terra de contradições, onde não se pode percorrer o país livremente mas a maior parte das pessoas falam inglês, Lucy continua a dizer que não troca a Palestina pelos Estados Unidos, Itália ou Alemanha, alguns dos sítios que já visitou. “Palestine is my home. Here’s my people. Here’s my identity”.


Check-point fechado. (Porquê? "Ninguém sabe e também não se pode perguntar. Apetece-lhes."Lucy)
Joana Cleto

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