sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Medos e Esperanças

O Início do Intercâmbio


No piso D do “Abrigo de São José”, no centro de Belém, começou hoje o programa “Learning to live together”.

Numa sala bem ampla com janelas grandes que deixavam entrar o sol da cidade santa juntaram-se cinco portugueses a três franceses, cinco turcos e cerca de dez palestinianos.

Com o “ice breaking” da Lucy, a palestiniana organizadora do evento, ficámos a saber se não todos, a maior parte dos nomes das pessoas com quem vamos partilhar os próximos dias. Depois de quebrarmos o gelo, veio o primeiro exercício, chamemos-lhe assim.

Num quadro ao fundo da sala estava uma folha branca dividida em dois. De um lado a palavra “Hopes” do outro a palavra “Fears”, na mão de cada um de nós, um par de post-its. “Cada um de vocês vai escrever nos post its quais são os vossos medos e quais são as vossas esperanças e depois vai-se levantar e colar no quadro” disse-nos Ymad Nassar, coordenador do programa.

O Emre acabou de chegar mas já teme a partida “Tive de esperar cinco horas no aeroporto para entrar (em Israel, Telavive). Não sei se vou ter de passar pelo mesmo quando voltar para a Turquia”. Do outro lado do quadro fica o post-it da esperança de conhecer novas pessoas no evento e de aprender com elas para clarificar ideias.

Já o Bertrand, não veio da Turquia, veio de Marselha, e não teve grandes problemas no aeroporto, a mensagem que deixou do lado esquerdo da folha foi o receio da continuação do conflito em Gaza e que esse possa chegar a Belém enquanto o programa dura. No que toca aos residentes, Jessica Al-aly, palestiniana de Belém, espera fazer a diferença ao longo da vida ao mesmo tempo que tem medo de perder a sua família por causa da guerra.

Um exercício simples que junta sentimentos de pessoas de vários cantos do mundo.


Joana Cleto

1 comentário:

  1. Minhas Caras companheiras de equipa e amigas,
    Espero que desfrutem desta aventura e que voltem com muitas histórias para contar.
    Aqui há batalhas a travar, mas não há guerras, e devemo-nos relembrar sempre do previlégio que é viver em paz e não só, o de viver num país em que a religião não é um tema, mas também não é um tabu.Poucos são os países que disfrutam desta estabilidade e possibilidade de "crer em todos os deuses".
    Não pensem que dei em religiosa, porque até isso é uma liberdade em Portugal: a de ser ateu.

    Beijos Cláudia

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